Páginas

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Comentário sobre Amália Grimaldi

AMÁLIA GRIMALDI – QUANDO...


Dário Teixeira Cotrim

Academia Guanambiense de Letras

Academia Caetiteense de Letras



Quando da nossa visita na encantadora cidade de Valença, região da Costa do Dendê, no Recôncavo Baiano, tivemos a oportunidade de conhecer uma plêiade ilustre de escritores valencianos e de alhures. Foram momentos inesquecíveis. Uma cidade da época colonial, com os seus casarios antigos, e que representa, verdadeiramente, a nossa Bahia dos primeiros tempos do século XVIII. Valença é linda! Valença é misteriosa!



Dentre os escritores/poetas presentes no I Encontro Estadual de Academias de Letras da Bahia, tivemos o prazer de conhecer a confreira Amália Grimaldi. Uma mulher de visão. Artista plástica e poeta, autora do livro “Quando...” que, segundo ela própria, são poemas que falam de uma trajetória de vida, com sentimentos e lembranças sobre os “lugares de onde vim e por onde passei e passarei”. O livro “Quando...” ainda traz no seu esboço - além dos seus belíssimos poemas - sinais, riscos e rabiscos que traduzem alegrias, saudades e uma vontade imensa de voltar no tempo. Quando a magia é “Quando...”!



Nota-se que são poemas com linguagem direta. Com frases isoladas e palavras soltas numa arrumação própria da própria autora no recôndito do tempo em que ela colecionava as suas doces reminiscências. Para cada poema uma ilustração, ora com aspecto infantil, ora com tendência marginal. Entretanto, com a representação da mais alta significação artística e literária da poesia. A leitura dos poemas de “Quando...” nos convida para uma viagem além dos limites da nossa Valença. Extrapola a nossa imaginação. Ultrapassa os nossos sonhos. A literatura de Amália Grimaldi, assim como a de todos os poetas baianos, confunde-se com a literatura herdada do grande poeta Castro Alves. É assim porque a escola baiana de letras, venera com justa justiça, a criação literária daquele “gondoleiro do amor” que foi o mais completo poeta brasileiro, quiçá do universo.



Cada poema do livro “Quando...” é um encontro com o desconhecido. Por outro lado, podemos dizer ainda que Amália Grimaldi, de quando em quando, formulava questionamentos sobre o conceito social do povo brasileiro. Falava dos índios maluaré que ela conheceu em Santa Isabel do Morro (Ilha do Bananal) e do vasto mundo por onde percorreu numa boa e longa temporada. Além de tudo isso, a autora teve o cuidado de montar um álbum fotográfico nas páginas finais do livro.



Durante o I Encontro Estadual de Academias de Letras da Bahia, organizado pela Academia Valenciana de Educação, Letras e Artes e pela Fundação Pedro Calmon, notamos da necessidade desse momento literário para os novos autores baianos. Somente a promoção do encontro de escritores já justificava o evento. Os lançamentos de livros e as palestras com temas afins à literatura foram os momentos mais significativos do encontro. Entretanto, a cortesia e a generosidade dos autores com a permuta de livros, estas promovem laços mais estreitos entre os acadêmicos e contribuem para a melhoria das letras em nosso Estado. Aliás, é exatamente por isso que hoje temos o prazer e a alegria de ler o belíssimo livro “Quando...”, de nossa confreira Amália Grimaldi. Parabéns!



Um comentário:

  1. Cro amigo
    Que bom vir aqui e sber mais sobre essa pessoa maravilhosa que é Amália Grimaldi.
    Gostaríamos que tivéssemos tempo p/ trocar ideias literárias.
    Abraços

    ResponderExcluir